Homossexualidade

HOMOSSEXUALIDADE
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O que é a homossexualidade?
O que é que as pessoas geralmente pensam quando ouvem esta palavra? A maioria pensa em "homens e sexo". Mas a homossexualidade não se trata na realidade só de homens e só de sexo. Existem também mulheres que são homossexuais. Elas chamam-se lésbicas, enquanto os homens geralmente são designados de gays. Independentemente do sexo por que cada pessoa se interessa, existe na maioria das pessoas uma capacidade para amar. E por amor não queremos dizer só sexo, mas também o desejo de intimidade, afetividade e companheirismo. Na realidade, tanto a homossexualidade, como a heterossexualidade não são muito mais do que isto. Por isso faz todo o sentido escrever a seguinte equação para explicar o que é a homossexualidade: homossexualidade = amor. A partir de 1970 começou a surgir uma perspectiva positiva, generalizada, em relação à homossexualidade. A APA (American Psychiatric Association) retirou a homossexualidade do seu "Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais" (DSM) em 1973, depois de rever estudos e provas que revelavam que a homossexualidade não se enquadra nos critérios utilizados na categorização de doenças mentais. A Organização Mundial de Saúde (OMS) fez o mesmo em 1993. Psicológos e sexólogos chegaram à conclusão de que a homossexualidade é uma variante da normalidade.

Qual é a diferença entre homossexuais, bissexuais e transgéneros?
Resumidamente, os gays e lésbicas são pessoas que sentem atração emocional e sexual por pessoas do mesmo sexo. Os bissexuais são pessoas que podem tanto apaixonar-se por alguém do sexo masculino, como por alguém do sexo feminino. O termo transgénero é utilizado para descrever o grupo de pessoas que não se enquadra na forma como as definições de "homem" e "mulher" são concebidas socialmente e inclui transexuais, hermafroditas, andrógenos, travestis e transformistas. Ou seja, ser gay, lésbica ou bissexual refere-se à orientação sexual do indivíduo, enquanto que ser transgénero refere-se à identidade do género do indivíduo.
Os homossexuais são reconhecíveis fisicamente?
A maioria das pessoas nunca pensa que as pessoas que conhecem podem ser homossexuais. Isto quer dizer que a maioria das pessoas assume à partida que todas as pessoas são heterossexuais. Além disso, pensam que têm uma imagem nítida de qual é aparência dos homossexuais: "Todos os gays são efeminados e todas as lésbicas são masculinizadas". Esta é a opinião generalizada, mas não corresponde à realidade. Geralmente não é possível ver a homossexualidade através da aparência. Os gays e as lésbicas têm a mesma aparência e agem tal e qual como todas as outras pessoas. As pessoas com maneirismos são uma minoria entre os homossexuais. Porém, se a homossexualidade de repente se tornasse visível, descobririas que já conheceste gays e lésbicas, sem saberes. Talvez a tua melhor amiga, o teu primo, a tua tia, o carteiro, o empregado do supermercado, a tua professora, um deputado do parlamento ou o teu artista favorito sejam homossexuais. Na verdade, a invisibilidade dos homossexuais significa que o conhecimento de como lésbicas e gays vivem as suas vidas é muito limitado. Mas como cada vez há mais homossexuais a falarem abertamente das suas vidas, esta invisibilidade está a diminuir. E, aos poucos e poucos, as atitudes negativas em relação aos homossexuais irão também modificar-se.
Quantos homossexuais existem?
Muitos homossexuais apercebem-se desde muito cedo que as suas paixões e interesses estão direcionados para membros do mesmo sexo. Outros não descobrem até mais tarde nas suas vidas o que é que os seus sentimentos querem dizer. Muitos destes encontram-se até em relações heterossexuais, casados e com filhos. Por estas razões é muito difícil determinar quantos homossexuais existem. Mas está estimado que entre 5 a 10% da população é homossexual assumida ou tem sentimentos homossexuais aos quais não corresponde devido à pressão social.
As pessoas podem "tornar-se” homossexual?
As pessoas não "se tornam" homossexuais, mas antes descobrem essa faceta da sua sexualidade. Para praticamente todos os homossexuais, a homossexualidade não é uma escolha. A única escolha feita, quando decidimos viver a nossa sexualidade plenamente, é a de sermos honestos, de sermos nós próprios e de, acima de tudo, sermos felizes.
Será que sou homossexual? /// Como uma pessoa sabe que é ou pode se homossexual?
Uma das questões mais comuns sobre a homossexualidade é de como é que se sabe que se é gay ou lésbica. Não existe uma verdadeira resposta para isso. Muitas pessoas dão-se conta dos seus sentimentos homossexuais mesmo antes de saberem que existe uma palavra para os descrever. A muitos jovens é dito que é "só uma fase" pela qual estão a passar, mas raramente é realmente apenas uma fase. Outros têm sentimentos que só mais tarde nas suas vidas foram identificados como homossexuais. Uns compreenderam o que significavam os seus sentimentos através de um relacionamento amoroso. Outros dizem que foram os seus desejos sexuais que os fizeram aperceber-se da sua orientação sexual. Estas experiências dependem, até certo ponto, do género da pessoa. Os homens, com mais freqüência dos que as mulheres, dão-se conta da sua homossexualidade através da sua sexualidade. Desde muito novos podem ter fantasias sexuais ou sentirem-se atraídos por outros rapazes. A maioria das raparigas apercebe-se da sua homossexualidade através de um relacionamento amoroso e geralmente tiveram muitas amizades especiais ou muito próximas com raparigas antes de se aperceberem de que o que sentem é amor.
O que é quer dizer "Coming Out"?
Muitos homossexuais falam em assumir a sua sexualidade ou de "sair do armário". São expressões usadas para descrever a compreensão e aceitação que uma lésbica ou um gay faz da sua própria homossexualidade e o ousar contactar outros. Mas "assumir-se" também quer dizer falar sobre os nossos sentimentos, com as pessoas mais próximas de nós e de quem mais gostamos. A experiência de "sair do armário" varia muito de pessoa para pessoa. Algumas pessoas dizem que aconteceu muito depressa e que se sentiram como se de repente todas as peças do puzzle tivessem encaixado perfeitamente. Para outros é um processo longo e difícil, que dura alguns anos ou até mesmo décadas. Freqüentemente estas pessoas aperceberam-se do que significavam os seus sentimentos muito antes de finalmente os terem aceite e assumido totalmente. Sem dúvida, as circunstâncias em que vivemos ditam o quão difícil é para nós assumirmo-nos. Talvez seja a idade, o local em que se vive, o ambiente familiar ou de trabalho. Também depende da nossa personalidade. Algumas pessoas estão prontas a seguir o seu próprio caminho e não têm medo do que os outros possam pensar. Muitos gays e lésbicas acham que, à partida, as pessoas à sua volta irão evitá-los se souberem que são homossexuais. Às vezes há reações negativas, mas a experiência mostra que geralmente acontece justamente o oposto. Pais, familiares, colegas e amigos não só te aceitam, como também apreciam a tua honestidade e coragem e o fato de tomares uma posição de afirmação em relação ao que és.
Qual é a sensação de conhecer outros homossexuais?
O primeiro contacto com outros homossexuais é freqüentemente uma experiência extraordinária. Ir a um local onde se costumam encontrar homossexuais significa que, de um momento para o outro, encontras pessoas que se sentem exatamente como tu. E de repente não estás sozinho. Antes de se conhecer outras lésbicas e gays a parte mais difícil de se ser homossexual é, freqüentemente, a solidão e o isolamento. Acredita-se literalmente que "ninguém se sente como eu sinto" ou sabe-se que há outros, mas não se sabe como é possível alcançá-los. Por vezes lésbicas e gays descrevem o primeiro contato com outros homossexuais como uma sensação de "voltar a casa". Talvez sintam isso porque finalmente encontraram outras pessoas que passam pelas mesmas experiências, que sabem e percebem muito bem os seus sentimentos e que reconhecem como sendo iguais.
Há afinal grandes diferenças entre a homossexualidade e a heterossexualidade?
Quando o tema "sexualidade" é discutido, muitas pessoas pensam que há uma grande diferença entre a homossexualidade e a heterossexualidade. No entanto, as investigações mais recentes sobre a sexualidade e o género indicam que na verdade a grande diferença estabelece-se na realidade mais entre os homens e as mulheres do que entre os homossexuais e os heterossexuais. Para os homens é mais fácil separar a sua sexualidade dos seus relacionamentos amorosos. Também se pode dizer que os homens usam o sexo mais vezes que as mulheres como meio para alcançar a intimidade ou para iniciar uma relação amorosa. As mulheres, por outro lado, costumam depender mais do contexto emocional para obter prazer sexual. Também se pode dizer que para muitas mulheres a sexualidade só é valorizada depois de alcançada uma proximidade e intimidade emocional com o seu companheiro ou companheira. O que acontece nas relações homossexuais é que muitas vezes estes comportamentos específicos de cada género são reforçados.
Será que é mesmo assim?
1. Nas relações homossexuais um ou uma faz o papel de mulher e o outro ou a outra de homem.
Errado. Nas relações homossexuais os parceiros partilham indiscriminadamente os papeis consignados socialmente a ambos os sexos. Isto quer dizer que nenhum finge que é do sexo oposto.
2. Os homossexuais são mais obcecados pelo sexo.
Errado. Sexo é tanto ou tão pouco importante para os homossexuais como para os heterossexuais. O que notamos, na realidade, é que a diferença entre a sexualidade masculina e feminina é bastante mais significativa do que a diferença entre a sexualidade homossexual e heterossexual.
3. Os homens homossexuais são pedófilos e molestam crianças.
Errado. Há proporcionalmente menos homens homossexuais do que homens heterossexuais que abusam sexualmente de crianças.
4. A homossexualidade é causada por um trauma durante a infância.
Errado. Ninguém sabe porque é que algumas pessoas são homossexuais. Há teorias diferentes que falam de hereditariedade e do ambiente. A maioria dos homossexuais, não tiveram dificuldades especiais durante a sua infância.
5. Os filhos de homossexuais tornam-se homossexuais.
Errado. As investigações científicas que têm sido feitas mostram que estas crianças tornam-se tanto ou tão pouco homossexuais como os filhos de heterossexuais.
6. Os homossexuais sentem-se atraídos por todos os membros do seu sexo.
Errado. Não é suficiente que a pessoa seja do mesmo sexo. Os homossexuais têm critérios de escolha do parceiro, tão exigentes como os heterossexuais.
7. Informação positiva sobre a homossexualidade resulta em mais pessoas "se tornarem" homossexuais.
Errado. Informação positiva não faz com que haja mais homossexuais. Surgem sim mais pessoas com coragem para se assumir visto que a informação ajuda a diminuir os preconceitos.
8. Uma pessoa é homossexual porque não consegue relacionar-se com os membros do sexo oposto.
Errado. A homossexualidade não tem nada a ver com capacidades de atrair o sexo oposto. Tem sim com o fato de os homossexuais se interessarem por pessoas do mesmo sexo.

Homossexualidade e homofobia
“Homossexualidade e homofobia, dois termos que é tratado Séc. XXI são ainda usados como tabu, ainda hoje muitos indivíduos que dizem não ser homofobicos mudam de comportamento na presença de homossexuais. Comecemos por esclarecer o que é então a homofobia. Fobia quer dizer aversão, neste caso aos homossexuais (pessoas que mantém relações intimas, físicas e afectivas com pessoas do mesmo sexo) muitos poderão dizer que este preconceito já não existe, essas mesmas pessoas que o dizem possivelmente torcem o nariz ao direito de casais homossexuais terem o direito a adoptar ou ao casamento, pessoas essas que possivelmente se virem dois homens ou mulheres a beijarem-se na rua diriam coisas como "Eu não tenho nada contra eles, mas deviam fazer isso dentro de suas casas", a homofobia é ainda um dos maiores preconceitos desta sociedade chamada de "moderna", onde o estado português (neste caso) nega o a crianças órfãs o direito a crescerem num lar onde têm a possibilidade de terem amor, educação e protecção e depois não conseguem evitar os tão falados casos de pedofilia dentro das suas instituições, e também como é facto dessas crianças institucionalizadas recorrerem mais tarde a uma vida de crime ou então caírem na solidão ou rotina sem sentido sem, nunca na vida, conhecerem o que é afecto ou amor, então porque "nós" negamos esses direitos tanto a homossexuais como às crianças? A resposta é simples, preconceito e descriminação. Que tem a escolha sexual do individuo a ver com a capacidade de criar ou não um lar estável para uma criança? Nada... há crianças deixadas à solidão e à fome neste país. Há pessoas com o total direito a assumir a paternidade e maternidade, que são impedidas, à partida, por uma lei caduca, dominadora. Aberrante é também o facto de não estar reconhecido, ainda neste país, o direito ao casamento, um autentico ultraje ao direito do individuo constituir família pelos "parâmetros" estabelecidos por esta sociedade fechada na sua "normalidade", "temos" uma igreja que diz "amem o próximo" e é a instituição que mais sangue tem nas mãos em toda a história e nega o direito "moral" de dois indivíduos do mesmo sexo se amarem, o estado nega os direitos de todo o casal junto matrimonialmente tem, seja de foro financeiro ou social. Vivemos numa sociedade onde duas pessoas que se amam têm medo de andar de mãos dadas e se beijarem na rua, algo que todo o heterossexual faz normalmente no seu dia-a-dia não vá o colega de trabalho, o homem que vende o pão, a funcionária do centro de saúde, o familiar ou amigo da escola os verem, ou serem alvo de olhares, chacota ou insulto. A homofobia existe em muitos de nós, uns admitem outros não, os que admitem falam de contra-natura, doença e outros argumentos mesquinhos e falsos. Lutamos para que um dia todas as diferenças sejam aceites com normalidade pela sociedade, sejam de foro religioso, sexual, racial, cultural, estético ou seja qual for. Todos nós temos algo para dar ao próximo, todos nós temos a nossa forma de estar na vida, todos nós temos algo que nos diferencia de tudo e todos, e todos nós merecemos o mesmo respeito e os mesmos direitos para que um dia esta suposta sociedade moderna assim o seja. Não se pretende descriminação positiva "-Uau tenho um amigo gay, sou tão isto ou aquilo" e afins, pretende-se sim que estes padrões caducos caiam por terra de uma vez por todas. E quanto à crítica do "gay parade" ser um exibicionismo e nada mais que isso, apenas tenho a dizer que tal como qualquer minoria o direito a mostrar a sua cultura e modo de vida é algo que tem que ser encarado com naturalidade. Apenas, vêm a demonstração gay como diferente por pura homofobia. Os homossexuais também são todos os dias "entupidos" pela heterossexualidade nos média, no cinema e etc. e é de todo o seu direito manifestar outra opção e outro modo de estar na vida. Abaixo o racismo, a homofobia, o machismo e todos os ismos descriminadores que ainda abundam nos tempos de hoje. Todos temos o direito de sermos tudo aquilo que somos sem medo de represálias e com direito a total respeito para que também possamos todos respeitar. A liberdade não é só para quem obedece aos padrões reccionários das sociedades, é para todos nós, sejamos quem formos ou venhamos de onde viermos, que "igualdade, liberdade e fraternidade" não sejam palavras cliché sem uso real nem palavras perdidas no tempo, que sejam realidade e já!
A homossexualidade define-se pela atração emocional, sexual e estética por pessoas do mesmo sexo. O termo homossexual foi criado em 1869 pelo escritor e jornalista austro-húngaro Karoly Maria Kertbeny. Deriva do gr. homos, que significa "semelhante", "igual". Em 1870, um texto de Westphal intitulado "As Sensações Sexuais Contrárias" definiu a homossexualidade em termos psiquiátricos como um desvio sexual, uma inversão do masculino e do feminino, em suma, uma espécie de loucura. A partir de então, no ramo da Sexologia, a homossexualidade foi descrita como uma das formas emblemáticas da degeneração. Nos códigos penais, surgiram leis que proibiam as relações entre pessoas do mesmo sexo. Alguns historiadores da ciência afirmam que a homossexualidade é uma invenção recente, um termo que busca dar um nome pseudo-científico para uma forma de amor socialmente perseguida de forma sistemática a partir de fins do século XIX. A partir dos movimentos de liberação homossexual e, sobretudo após o incidente de Stonewall em Nova York, em junho de 1969, emergiu o termo gay como meio para apagar o teor psiquiátrico por trás da palavra homossexual. Assim, gay é um termo politizado e menos estigmatizador. Um homem homossexual costuma ser chamado de gay, enquanto uma mulher, é chamada de lésbica. Embora algumas vezes gay seja usado como denominador comum entre homens e mulheres homossexuais e bissexuais, tal uso têm sido constantemente rejeitado por implicar na invisibilidade ante a lesbianidade e à bissexualidade. Há uma visão que afirma que o problema não seria o termo homossexualidade, antes a palavra homossexualismo. Nesta perspectiva, homossexualismo com sua conotação de doença ou distúrbio mental é que deveria ser abandonado. Em alguns léxicos, o homossexualismo aparece definido por prática de atos homossexuais, enquanto o termo homossexualidade é aplicado a atração sentimental e sexual. Também por isso, muitas pessoas consideram que o termo homossexualismo têm um significado pejorativo, e isto tem levado a que o termo seja hoje em dia mais utilizado por pessoas que têm uma visão negativa da homossexualidade. As principais organizações mundiais de saúde, incluindo as de psicologia, não mais consideram a homossexualidade uma doença. Desde 1973, a homossexualidade deixou de ser classificada como tal pela Associação Americana de Psiquiatria e, na mesma época, foi retirada do Código Internacional de Doenças (sigla CID). A Assembléia-geral da Organização Mundial de Saúde (sigla OMS), no dia 17 de Maio de 1990, retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais, declarando que "a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão" e que os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura da homossexualidade. Apesar disso, existem alguns técnicos da saúde que vêem a homossexualidade como uma doença, perturbação ou desvio do desejo sexual - algo que pode necessitar, caso o "paciente" assim queira (ou os seus familiares), de tratamento ou reabilitação -, aos quais está associado o movimento ex-gay, dedicada à "conversão" de indivíduos homossexuais para a heterossexualidade. Na área de humanidades, estudos sobre sexualidade enfatizam que a história da criação da homossexualidade e seus termos permite compreender o fato de que a "normalidade" depende da estigmatização e subalternização de identidades para se consolidar socialmente. Desta forma, a invenção dos termos homossexualidade, homossexualismo e homossexual se deu como forma de estabelecer a suposta (e altamente questionável) "naturalidade" da heterossexualidade. Hoje em dia, os Estudos Queer mostram que ser heterossexual não é uma escolha, pois nossa sociedade forma a todos para se relacionarem obrigatoriamente com pessoas do sexo oposto. Assim, esta obrigação aprendida na família, na escola e pelos mídia se constitui em um sistema denominado heteronormatividade.,

Homossexualidade é uma caixa-preta
por João Batista Pedrosa


"A homossexualidade não é pecado, crime ou doença. Ela é uma variação natural da heterossexualidade. Sua existência é registrada em várias passagens da história da humanidade. Não sabemos, ainda, qual a sua origem. Pesquisam cientificam apontam que estruturas cerebrais, localizadas no hipotálamo dos homossexuais são diferentes nos heterossexuais. Outras pesquisas apontam que pode existir um gene, o Xq 28, responsável pela orientação sexual homossexual. Ele seria transmitido pela linhagem materna. Já foi registrada a existência da homossexualidade em centenas de espécies animais: elefantes, insetos, aves, golfinhos etc. Existe a hipótese, que me parece razoável, de que a homossexualidade teria a função de regular o controle populacional nas espécies evitando um superpovoamento do planeta. Por isso, ela existe há milhares de anos. Caso não tivesse essa função teria desaparecido pela seleção natural. Nada foi comprovado de forma definitiva". (J. B. Pedrosa).
Do ponto de vista científico, sabe-se muito pouco sobre a homossexualidade. Um dos motivos é a falta de verba e pesquisa nesta área. E o motivo é simples, o preconceito que existe no próprio meio científico contra o homossexual. As poucas pesquisas realizadas ou que estão em andamento são feitas, na maioria, por cientistas gays. É o caso do renomado cientista Dr. Simon LeVay do Institudo Salk (EUA).
Algumas questões já foram evidenciadas e muitas estão sem uma conclusão definitiva. A homossexualidade é uma caixa-preta. Caixa-preta é um termo usado pelos cientistas para designar qualquer característica humana que observamos, estudamos e medimos, mas desconhecemos suas origens.
Em seguida relaciono o que já se sabe sobre orientação sexual homossexual. Estas questões foram elencadas por Chandler Burr no livro de sua autoria chamado Criação em Separado - Como a Biologia nos faz Homo ou Hétero.1. Os biólogos se referem à característica como um dimorfismo estável, expresso através do comportamento. Dimorfismo significa o aparecimento de duas formas diferentes de uma determinada característica, dentro de um mesmo grupo. Por exemplo, a orientação sexual pode ser heterossexual ou homossexual entre os Seres Humanos. Este fenômeno é um dimorfismo. Ele é estável, ou seja, fixo e permanente ao longo das gerações;

2. Esta característica fixa existe sob forma de duas orientações básicas internas, a heterossexual e a homossexual, que são invisíveis. Estima-se que mais de 90% da população tem a orientação majoritária, a heterossexual e menos de 10%, um estudo confiável faz o cálculo de 7,89%, tem a orientação minoritária a homossexual, embora ainda hajam debates a respeito do percentual exato, não existindo um consenso. Apenas um número reduzido de pessoas, não se sabe quanto, é de fato, orientado igualmente das duas maneiras, os bissexuais;

3. A orientação sexual de uma pessoa não pode ser identificada apenas por meio de uma rápida olhada. As pessoas que têm a orientação homossexual são tão diversas em aparência, raça, religião e em todas as outras características das que têm a orientação sexual heterossexual.

4. Como a característica é interna e invisível, a única maneira de identificar a orientação sexual de uma pessoa é observar o comportamento dela ou os reflexos que o expressam;

5. Em si mesmo, a característica não é um comportamento. A característica é a orientação sexual neurológica expressa, em certos momentos, através das atitudes das pessoas. Um homossexual pode assumir, quase sempre, um comportamento heterossexual, devido à repressão social. Mas, neurologicamente a característica da sua orientação sexual é homossexual. Esta orientação, depois de fixada neurologicamente, não irá mudar;

6. Nenhuma orientação sexual é doença física ou mental. Nenhuma delas é patológica;

7. Nenhuma orientação sexual é escolhida pelo indivíduo. Ela é fixada independente da sua vontade;

8. Sinais da orientação sexual são detectados na mais tenra infância. Alguns pesquisadores apontam que tanto a orientação sexual heterossexual como a homossexual é fixada entre dois ou três anos de idade. Há divergência. Outros cientistas defendem a idéia que ela é definida até o final da infância;

9. Estudos sobre adoção mostram que a orientação de uma criança adotada não tem relação com a dos pais adotivos, demonstrando que o caráter, que são características individualizadas de uma pessoa, não é enraizado pelo ambiente;

10. Estudo com gêmeos idênticos apresentam uma possibilidade acima da média de se compartilhar a mesma orientação sexual, comparado com pares de indivíduos selecionados aleatoriamente. Nos gêmeos idênticos a probabilidade de compartilharem a orientação homossexual é acima de 12%, média mínima, e superior a 50%, média elevada. Enquanto, nos pares aleatórios de indivíduos a média está pouco abaixo de 8%;

11. A incidência da orientação homossexual é espantosamente maior na população masculina, cerca de 27% mais elevada do que na feminina;

12. Pesquisas científicas indicam que a orientação homossexual tem origem nas famílias, é passada de pais para filho num padrão indefinido, mas geneticamente característico;

13. Este padrão resulta do chamado "efeito maternal". A orientação homossexual, como foi expressa nos homens pesquisados pelo Dr. Hamer parece ser passada pela mãe. Esse "efeito maternal" foi descoberto por este cientista geneticista molecular o Dr. Dean Hamer.
Os pontos acima são evidências. Não há conclusões definitivas. As pesquisas são muito embrionárias.

Homossexualidade e homofobia


“Homossexualidade e homofobia, dois termos que é tratado Séc. XXI são ainda usados como tabu, ainda hoje muitos indivíduos que dizem não ser homofobicos mudam de comportamento na presença de homossexuais. Comecemos por esclarecer o que é então a homofobia. Fobia quer dizer aversão, neste caso aos homossexuais (pessoas que mantém relações intimas, físicas e afectivas com pessoas do mesmo sexo) muitos poderão dizer que este preconceito já não existe, essas mesmas pessoas que o dizem possivelmente torcem o nariz ao direito de casais homossexuais terem o direito a adoptar ou ao casamento, pessoas essas que possivelmente se virem dois homens ou mulheres a beijarem-se na rua diriam coisas como "Eu não tenho nada contra eles, mas deviam fazer isso dentro de suas casas", a homofobia é ainda um dos maiores preconceitos desta sociedade chamada de "moderna", onde o estado português (neste caso) nega o a crianças órfãs o direito a crescerem num lar onde têm a possibilidade de terem amor, educação e protecção e depois não conseguem evitar os tão falados casos de pedofilia dentro das suas instituições, e também como é facto dessas crianças institucionalizadas recorrerem mais tarde a uma vida de crime ou então caírem na solidão ou rotina sem sentido sem, nunca na vida, conhecerem o que é afecto ou amor, então porque "nós" negamos esses direitos tanto a homossexuais como às crianças? A resposta é simples, preconceito e descriminação. Que tem a escolha sexual do individuo a ver com a capacidade de criar ou não um lar estável para uma criança? Nada... há crianças deixadas à solidão e à fome neste país. Há pessoas com o total direito a assumir a paternidade e maternidade, que são impedidas, à partida, por uma lei caduca, dominadora. Aberrante é também o facto de não estar reconhecido, ainda neste país, o direito ao casamento, um autentico ultraje ao direito do individuo constituir família pelos "parâmetros" estabelecidos por esta sociedade fechada na sua "normalidade", "temos" uma igreja que diz "amem o próximo" e é a instituição que mais sangue tem nas mãos em toda a história e nega o direito "moral" de dois indivíduos do mesmo sexo se amarem, o estado nega os direitos de todo o casal junto matrimonialmente tem, seja de foro financeiro ou social. Vivemos numa sociedade onde duas pessoas que se amam têm medo de andar de mãos dadas e se beijarem na rua, algo que todo o heterossexual faz normalmente no seu dia-a-dia não vá o colega de trabalho, o homem que vende o pão, a funcionária do centro de saúde, o familiar ou amigo da escola os verem, ou serem alvo de olhares, chacota ou insulto. A homofobia existe em muitos de nós, uns admitem outros não, os que admitem falam de contra-natura, doença e outros argumentos mesquinhos e falsos. Lutamos para que um dia todas as diferenças sejam aceites com normalidade pela sociedade, sejam de foro religioso, sexual, racial, cultural, estético ou seja qual for. Todos nós temos algo para dar ao próximo, todos nós temos a nossa forma de estar na vida, todos nós temos algo que nos diferencia de tudo e todos, e todos nós merecemos o mesmo respeito e os mesmos direitos para que um dia esta suposta sociedade moderna assim o seja.

Homossexualidade Na Escola
Anderson Santos
reporter@e-jovem.com



A escola, primeira vida social da criança e do adolescente, é o lugar onde aprendemos a história da nossa e de outras sociedades, lógica e línguas, política e diversos outros assuntos. Mas será que aprendemos tudo o que necessitamos? Será que a escola prepara os alunos para enfrentar a vida? Pois não podemos esquecer que os alunos são seres humanos, têm sentimentos, problemas, conflitos e a escola deve auxiliá-los em todos esses pontos também...

Existe o ditado "A escola é nossa segunda casa", não? Mas a realidade dos alunos e a das escolas é mais difícil, variando de lugar para lugar. O preconceito e a desinformação está incrivelmente acentuada nos jovens. As direções de escolas muitas vezes fecham os ouvidos para não participar de conflitos. Em escolas particulares o caso se complica pelo fato de que a imagem da escola deve ser de agrado aos pais, e isto termina muitas vezes na indiferença para não serem tachadas de disseminadoras de homossexualidade ou qualquer outro tabu. O colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo, para driblar este problema e auxiliar todos os alunos, possui uma matéria específica para tratar dos problemas sociais, e um dos temas tratados nessa aula é exatamente a homossexualidade.

Nas escolas da rede pública não acontece o mesmo, pois a grade curricular não é voltada para esta formação, mas ainda assim alguns professores tomam a iniciativa e tratam deste assunto nas suas respectivas matérias. Um exemplo disto é a prof.ª de Biologia Maria Elvira Martins de Souza, que quando é possível aborda a homossexualidade enquanto fala sobre sexo nas suas aulas, tentando quebrar toda a desinformação que muitas vezes existe nos alunos. “Eu tento ajudar no que posso, pois sei que esta é uma fase onde os alunos são preconceituosos para manter um status. Sei de alunos meus que têm problemas particulares e que desconfio que têm dúvidas sobre a sua preferência sexual, mas não posso fazer nada, afinal estes ao vêm me procurar. Porém, ainda assim, tento esclarecer as dúvidas mais comuns desta fase para a classe toda”, disse ela. Na opinião da Profª de História Regina Helena Barella Pepe, um dos problemas é que o próprio corpo docente não está preparado para enfrentar uma situação destas. Ela conta um caso onde um amigo dela, também professor, era homossexual e sofria preconceito dos seus colegas de trabalho. “É difícil ajudar um aluno sendo que a direção da escola não está aberta para essa realidade, e os professores não estão esclarecidos”, completa.

Na Escola Técnica Estadual (ETE) Jorge Street em São Caetano do Sul houve um caso de um aluno que sofreu repressões pelo seu jeito e a escola interviu para que o caso não se complicasse, conversou com os pais e os alunos para explicar que há diferenças que devem ser respeitadas. Já no caso do Colégio Jesus Maria José, o aluno Paulo (nome fictício) é assumido e sofre preconceito dos colegas, sendo que muitas vezes ele tem de impor o seu respeito. Mas apesar de tudo, a escola preferiu não intervir. A coordenadora dos alunos da ETE Jorge Street, Neide Maria I. Marques falou de questões como esta: “Nós não podemos abordar o aluno e questionar sobre a situação, pois não temos certeza, temos que esperar que ele venha a nós pedindo auxílio, e então depois intervir”. Na opinião do psicólogo e professor da Faculdade de Educação da USP, Julio Groppa Aquino, uma boa alternativa para as escolas é trabalhar a homossexualidade de forma integrada ao currículo escolar.

Quando questionadas sobre a possibilidade de relacionamentos homossexuais nas escolas, porém, as mesmas mantiveram-se em silêncio, não afirmaram que aceitariam, e a maioria disse que há leis internas que proíbem o relacionamento de alunos até mesmo heterossexuais, nas dependências da escola.

Os alunos das escolas possuem também muita dificuldade para tratar deste assunto. Muitos não possuem opinião formada ou possuem informações errôneas. 45% dos entrevistados das escolas já tiveram contato com homossexuais assumidos, e 30% destes são amigos. Desta porcentagem, 90% estão no segundo e terceiro ano do Ensino Médio, fase em que o jovem já está mais esclarecido. 50% dos entrevistados que possuem amigos gays dizem que tinham preconceito, mas deixaram de lado depois que conhecerem alguém pessoalmente. No Centro Interescolar Municipal (CIM) Alcina Dantas Feijão em São Caetano do Sul, há o caso de Fábio (nome fictício), que sofre preconceito pelos alunos. “O preconceito vai existir em qualquer lugar, mas é claro que varia de região para região. Dou aula em uma escola de classe baixa onde um aluno é assumido e tem de impor respeito para poder se manter vivo, enquanto que na ETE Jorge Street, há você (referindo-se ao repórter Anderson Santos) que por si só já mantém um respeito, e não existem ofensas direcionadas. A educação, o ambiente e a pessoa em questão são fatores que inegavelmente influem, ficando difícil generalizar o que acontece com o jovem homossexual na escola.”, diz a profª Elvira sobre o assunto.

Tudo isto mostra que a sociedade aos poucos vem ficando mais aberta para assuntos do gênero - mas essa é uma questão que ainda tem um longo caminho a percorrer...





Qualquer sexo realizado seja ele homo ou hétero, use sempre camisinha.